Voluntariado
Segundo a Lei n.º 71/98, de 3 de novembro, o voluntariado é o “conjunto de ações de interesse social e comunitário, realizadas desinteressadamente”. Estas ações podem ser enquadradas em projetos, programas ou outras formas de intervenção que apoiem “os indivíduos, as famílias ou a comunidade, desenvolvidas sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas”. Já para as Nações Unidas, o voluntário é aquele ou aquela que, independentemente da sua idade, “devido ao seu interesse pessoal e espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividade, organizadas ou não, de bem-estar social ou outros campos”.
7 Razões para fazer Voluntariado no Ensino Superior
1. Ajuda o próximo
A maioria das definições de voluntariado convergem neste ponto — o trabalho realizado é feito em benefício de um indivíduo ou comunidade. Isto porque esta ligação ao outro é mesmo a base desta atividade, podendo dizer-se, por isso, que a grande meta do trabalho de voluntariado é externa ao voluntário. A melhoria das condições materiais, emocionais ou sociais de uma pessoa, de uma família ou de uma comunidade pode ser vista como o principal objetivo e finalidade do trabalho voluntariado. De qualquer forma, a partir dessa relação base, não é difícil encontrar razões de ordem pessoal — vários estudos apontam os benefícios para a saúde física e mental resultantes do trabalho solidário. Segundo a publicação britânica BMC Public Health, por exemplo, ajudar o próximo tem um impacto positivo na esperança média de vida. A publicação, que analisou mais de 40 estudos científicos, destaca ainda o papel desempenhado em dimensões mentais ou emocionais como a satisfação pessoal e o combate à solidão.
2. Cria um impacto positivo
Ao longo dos últimos anos, a importância do trabalho voluntário tem sido reforçada. De acordo com autores como Ronaldo Pilati e Maria Hees, essa maior preponderância deve-se ao facto do voluntariado conseguir dar suporte a uma falta de capacidade da sociedade contemporânea em garantir o bem-estar dos indivíduos.
Na sua dissertação de mestrado As Motivações para o Voluntariado, por exemplo, Maria Ribeiro Marques destaca algumas das conclusões do relatório das Nações Unidas sobre Voluntariado Mundial. O documento sublinha a importância desta atividade como uma fonte de força comunitária, de solidariedade, de coesão social e de resiliência.
Por essa razão, participar nestas ações, causas e movimentos é também criar um impacto positivo na sociedade, recorda o documento, ao promover mudanças sociais positivas que fomentam o respeito pela diversidade, igualdade e participação.
3. Ganha perspetiva
Uma das palavras-chave associadas ao voluntariado é “autoconhecimento”. Isto porque, ao conhecer novas realidades, perspetivas do mundo e os diferentes tipos de problemas enfrentados, poderá ter uma noção mais abrangente do seu lugar no mundo, podendo enfrentar o que lhe rodeia com outra perspetiva; este pode ser um crescimento especialmente importante, num momento em que desenvolve no Ensino Superior.
Esta nova visão do mundo poderá trazer várias consequências positivas. Um estudo da Agência Nacional de Juventude britânica, por exemplo, concluiu que a competência identificada pelos voluntários a mais desenvolvida durante o seu trabalho foi a “autoconfiança”.
Contudo, o desenvolvimento pessoal do ponto de vista das competências pessoais não se fica por aqui. “[Existe] um conjunto de competências, atitudes e conhecimentos relacionados com a visão dos voluntários sobre a sua própria identidade e capacidade de gerir a sua vida”, destaca o estudo, que destaca as competências de “autoconhecimento, autoconfiança e autoestima”.
4. Domina novas competências
O trabalho realizado em prol de outros também lhe trará mais-valias pessoais. As novas competências adquiridas são disso um bom exemplo, tendo em conta a quantidade muito diversificada de aprendizagens que poderá fazer.
Capacidade de trabalho em equipa, de liderança e de comunicação são algumas das caraterísticas cujo desenvolvimento está mais associado à prática do voluntariado, bem como a capacidade de resolução de problemas e a empatia. Em qualquer um dos casos, é fácil perceber como um período de trabalho voluntário poderá contribuir para o seu estímulo.
Em 2017, três investigadoras portuguesas analisaram a atividade voluntária em solo português no estudo Voluntariado em Portugal: do trabalho invisível à validação de competências. As autoras concluem que “os dados recolhidos comprovam a aquisição de soft skills por meio do voluntariado”.
5. Impulsiona a sua carreira
“O voluntariado é bom para a tua carreira”. A garantia é deixada pela ONG britânica JCI, num artigo publicado no seu portal, que destaca esta motivação como sendo “estratégica, não vergonhosa”. O artigo destaca, por exemplo, um estudo do LinkedIn que indica que um em cada cinco gestores dos Estados Unidos da América já contratou alguém devido à sua experiência de voluntariado.
São detalhadas quatro razões fundamentais para esta preponderância do voluntariado nas carreiras profissionais. Se, por um lado, esta experiência é relevante porque “auxiliar os outros é importante” em qualquer atividade, por outro, é também indicativa dos níveis de “paixão” por determinada área. O alargamento da rede de contactos e a diversificação do currículo são também apontados como fatores importantes.
Sobre a realidade portuguesa, o artigo científico Voluntariado em Portugal: do trabalho invisível à validação de competências deixa uma importante conclusão sobre o trabalho voluntário, no final do seu resumo introdutório: “conclui-se que a análise sociológica não pode continuar alheia ao voluntariado como fenómeno potenciador de empregabilidade”.
6. Faz novas amizades
Uma das certezas no trabalho voluntário é a possibilidade de conhecer novas pessoas. Estes novos conhecimentos poderão ser de dois tipos. Por um lado, poderá conhecer as pessoas que fazem parte da comunidade que está auxiliar, por outro, vai estreitar laços com os voluntários com que trabalha em conjunto.
Em qualquer um dos casos, há amizades que podem ser formadas e viver muito para além do tempo de trabalho. Como resume a ONG Future in Our Hands, “fazer voluntariado reforça os laços com a comunidade e alarga a tua rede de apoio, ao colocar-te em contacto com pessoas com que partilhas interesses”.
O estudo Giving and Getting Back: Volunteering in America, por exemplo, concluiu que mais de metade dos voluntários inquiridos referiram ter feito pelo menos um novo amigo ou amiga durante o trabalho voluntário. Já 10% referem mesmo que o voluntariado levou a uma relação amorosa.
7. Conhece novos lugares e culturas
Fazer voluntariado é também uma oportunidade de conhecer novos lugares e culturas. Ao contrário de grande parte das experiências turísticas, quando em voluntariado, terá de trabalhar em conjunto com a população local, percebendo quais as suas tradições, línguas ou rituais.
Nesse sentido, é importante destacar que, por definição, fazer voluntariado não é o mesmo que fazer turismo. Contudo, as caraterísticas de uma experiência de trabalho voluntário inserido numa nova cultura poderá ser especialmente enriquecedora. Isto porque a adaptação a um conjunto de novas caraterísticas é também uma forma de desenvolveres o seu sentido de interculturalidade.
Um estudo publicado no International Journal de Relações Internacionais, por exemplo, analisou as respostas de quase 300 voluntários para chegar à conclusão de que o trabalho voluntário influencia positivamente competências interculturais, graças a processos como a imersão cultural ou a reflexão guiada.
A maioria das definições de voluntariado convergem neste ponto — o trabalho realizado é feito em benefício de um indivíduo ou comunidade. Isto porque esta ligação ao outro é mesmo a base desta atividade, podendo dizer-se, por isso, que a grande meta do trabalho de voluntariado é externa ao voluntário. A melhoria das condições materiais, emocionais ou sociais de uma pessoa, de uma família ou de uma comunidade pode ser vista como o principal objetivo e finalidade do trabalho voluntariado. De qualquer forma, a partir dessa relação base, não é difícil encontrar razões de ordem pessoal — vários estudos apontam os benefícios para a saúde física e mental resultantes do trabalho solidário. Segundo a publicação britânica BMC Public Health, por exemplo, ajudar o próximo tem um impacto positivo na esperança média de vida. A publicação, que analisou mais de 40 estudos científicos, destaca ainda o papel desempenhado em dimensões mentais ou emocionais como a satisfação pessoal e o combate à solidão.
2. Cria um impacto positivo
Ao longo dos últimos anos, a importância do trabalho voluntário tem sido reforçada. De acordo com autores como Ronaldo Pilati e Maria Hees, essa maior preponderância deve-se ao facto do voluntariado conseguir dar suporte a uma falta de capacidade da sociedade contemporânea em garantir o bem-estar dos indivíduos.
Na sua dissertação de mestrado As Motivações para o Voluntariado, por exemplo, Maria Ribeiro Marques destaca algumas das conclusões do relatório das Nações Unidas sobre Voluntariado Mundial. O documento sublinha a importância desta atividade como uma fonte de força comunitária, de solidariedade, de coesão social e de resiliência.
Por essa razão, participar nestas ações, causas e movimentos é também criar um impacto positivo na sociedade, recorda o documento, ao promover mudanças sociais positivas que fomentam o respeito pela diversidade, igualdade e participação.
3. Ganha perspetiva
Uma das palavras-chave associadas ao voluntariado é “autoconhecimento”. Isto porque, ao conhecer novas realidades, perspetivas do mundo e os diferentes tipos de problemas enfrentados, poderá ter uma noção mais abrangente do seu lugar no mundo, podendo enfrentar o que lhe rodeia com outra perspetiva; este pode ser um crescimento especialmente importante, num momento em que desenvolve no Ensino Superior.
Esta nova visão do mundo poderá trazer várias consequências positivas. Um estudo da Agência Nacional de Juventude britânica, por exemplo, concluiu que a competência identificada pelos voluntários a mais desenvolvida durante o seu trabalho foi a “autoconfiança”.
Contudo, o desenvolvimento pessoal do ponto de vista das competências pessoais não se fica por aqui. “[Existe] um conjunto de competências, atitudes e conhecimentos relacionados com a visão dos voluntários sobre a sua própria identidade e capacidade de gerir a sua vida”, destaca o estudo, que destaca as competências de “autoconhecimento, autoconfiança e autoestima”.
4. Domina novas competências
O trabalho realizado em prol de outros também lhe trará mais-valias pessoais. As novas competências adquiridas são disso um bom exemplo, tendo em conta a quantidade muito diversificada de aprendizagens que poderá fazer.
Capacidade de trabalho em equipa, de liderança e de comunicação são algumas das caraterísticas cujo desenvolvimento está mais associado à prática do voluntariado, bem como a capacidade de resolução de problemas e a empatia. Em qualquer um dos casos, é fácil perceber como um período de trabalho voluntário poderá contribuir para o seu estímulo.
Em 2017, três investigadoras portuguesas analisaram a atividade voluntária em solo português no estudo Voluntariado em Portugal: do trabalho invisível à validação de competências. As autoras concluem que “os dados recolhidos comprovam a aquisição de soft skills por meio do voluntariado”.
5. Impulsiona a sua carreira
“O voluntariado é bom para a tua carreira”. A garantia é deixada pela ONG britânica JCI, num artigo publicado no seu portal, que destaca esta motivação como sendo “estratégica, não vergonhosa”. O artigo destaca, por exemplo, um estudo do LinkedIn que indica que um em cada cinco gestores dos Estados Unidos da América já contratou alguém devido à sua experiência de voluntariado.
São detalhadas quatro razões fundamentais para esta preponderância do voluntariado nas carreiras profissionais. Se, por um lado, esta experiência é relevante porque “auxiliar os outros é importante” em qualquer atividade, por outro, é também indicativa dos níveis de “paixão” por determinada área. O alargamento da rede de contactos e a diversificação do currículo são também apontados como fatores importantes.
Sobre a realidade portuguesa, o artigo científico Voluntariado em Portugal: do trabalho invisível à validação de competências deixa uma importante conclusão sobre o trabalho voluntário, no final do seu resumo introdutório: “conclui-se que a análise sociológica não pode continuar alheia ao voluntariado como fenómeno potenciador de empregabilidade”.
6. Faz novas amizades
Uma das certezas no trabalho voluntário é a possibilidade de conhecer novas pessoas. Estes novos conhecimentos poderão ser de dois tipos. Por um lado, poderá conhecer as pessoas que fazem parte da comunidade que está auxiliar, por outro, vai estreitar laços com os voluntários com que trabalha em conjunto.
Em qualquer um dos casos, há amizades que podem ser formadas e viver muito para além do tempo de trabalho. Como resume a ONG Future in Our Hands, “fazer voluntariado reforça os laços com a comunidade e alarga a tua rede de apoio, ao colocar-te em contacto com pessoas com que partilhas interesses”.
O estudo Giving and Getting Back: Volunteering in America, por exemplo, concluiu que mais de metade dos voluntários inquiridos referiram ter feito pelo menos um novo amigo ou amiga durante o trabalho voluntário. Já 10% referem mesmo que o voluntariado levou a uma relação amorosa.
7. Conhece novos lugares e culturas
Fazer voluntariado é também uma oportunidade de conhecer novos lugares e culturas. Ao contrário de grande parte das experiências turísticas, quando em voluntariado, terá de trabalhar em conjunto com a população local, percebendo quais as suas tradições, línguas ou rituais.
Nesse sentido, é importante destacar que, por definição, fazer voluntariado não é o mesmo que fazer turismo. Contudo, as caraterísticas de uma experiência de trabalho voluntário inserido numa nova cultura poderá ser especialmente enriquecedora. Isto porque a adaptação a um conjunto de novas caraterísticas é também uma forma de desenvolveres o seu sentido de interculturalidade.
Um estudo publicado no International Journal de Relações Internacionais, por exemplo, analisou as respostas de quase 300 voluntários para chegar à conclusão de que o trabalho voluntário influencia positivamente competências interculturais, graças a processos como a imersão cultural ou a reflexão guiada.
Fonte: Forum Estudante
Mais Informações em:
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- Transforma Portugal
- R-VES - Rede de Voluntariado no Ensino Superior
- IPDJ - Instituto Português do Desporto e Juventude
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